Textos

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Reflexões sobre as possibilidades de plasmar a história em imagens
Robert Rosenstone

Robert Rosenstone é professor catedrático de História do California Institute of Technology, autor de diversos livros e artigos, muitos dos quais sobre a relação cinema-história, além de dois estudos históricos que foram transformados em filmes. Um destes é o famoso Reds, super-produção hollywoodiana, dirigida por Warren Beatty, em 1981.
Este texto foi o primeiro artigo do autor sobre cinema histórico, publicado originalmente na American Historical Review (n.93, dez. 1988, p.1173-85). Segundo o autor, trata-se de "uma mescla de considerações teóricas e pessoais. Tantas foram as dificuldades para sintetizar as minhas idéias que sua primeira versão continha trinta e quatro parágrafos independentes. O editor insistiu que ele não poderia ser publicado na revista caso os parágrafos não tivessem uma continuidade e uma forma acadêmica tradicional. Isso não o fez mais coerente, e pode ser que ele venha a contribuir para confundir ainda mais os leitores ...". O texto foi também publicado no livro Visions of the past: the challenge of film to our idea of history, pela Harvard University Press, 1995. Traduzido a partir da versão em espanhol: El pasado en imágenes: el desafío del cinem a nuestra idea de la historia. Barcelona: Ariel, 1997.

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O cinema e o conhecimento da História
Cristiane Nova

Historiadora (UFBA), Mestre em Educação pela UFBA e Doutora em Cinema e Audiovisual - Université de Paris III (Sorbonne-Nouvelle). Trabalha com Teorias do Cinema, Temporalidades e Novas Narrativas, utilizando ambientes virtuais na pesquisa, ensino e produção. Professora Adjunta do Curso de Cinema e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco.
A prática da análise histórica de um filme (seja como documento ou como discurso sobre o passado), sobretudo para o professor de História, muitas vezes é dificultada pela sua falta de preparação, tanto a nível teórico quanto técnico. Conhecimentos básicos acerca da relação cinema-história, das novas teorias da comunicação e da educação — que consideram, de mais a mais, a imagem como um elemento fundamental do processo de aprendizagem contemporâneo —, da linguagem cinematográfica e das técnicas de cinema e vídeo são muito importantes. Mas o não domínio destas áreas não deve inibir aqueles que desejem utilizar cientificamente o potencial do cinema no ensino da História. Esses conhecimentos básico (veja-se que não se trata de uma especialização nessas áreas) podem ser adquiridos aos poucos, em paralelo à dinâmica da prática.

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A relação cinema-história e a razão poética na reconstrução do paradigma histórico
Jorge Nóvoa

 

Doutor em Sociologia pela Universidade de Paris VII – Denis Diderot e Pós-doutor pela École des Hautes Etudes en Sciences Sociales, EHESS (França), Professor Associado I do Departamento em Sociologia e da Pós-Graduação em História e Ciências Sociais da Universidade Federal da Bahia. Atuou, em 2003, como professor convidado da Universidade de Paris III. Além de Coordenador da Oficina desde sua fundação, também é Editor da Revista O Olho da História e organizou os livros História à deriva (EDUFBA, 1993), Carlos Mariguella: o homem por trás do mito (EDUNESP, 1999) e Incontornável Marx (EDUFBA, EDUNESP, 2007).

Conferência de abertura do I Congreso Internacional de Historia y Cine, 2009
"O ponto de partida da nossa elaboração sobre a relação cinema-história diz respeito ao fato de que ela é, ao mesmo tempo, um objeto de investigação e uma problemática que interroga perma-nentemente a investigação."

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Livros

 
O livro Cinema-História: teoria e representações sociais no cinema (Ed. Apicuri, 2008), organizado por Jorge Nóvoa e José D'Assunção Barros, reúne artigos de pesquisadores que buscam, através das imagens em movimento, analisar a sociedade que as produziram. O cinema, quando surgiu, foi tratado como arte menor, diversão para iletrados. Entretanto, com o desenvolvimento desta forma de expressão, vários intelectuais passaram a freqüentar as salas cinematográficas e a considerar o cinema, ou pelo menos alguns filmes, como obras de arte. A partir dos anos 1970, o historiador francês Marc Ferro introduz, de forma definitiva, o cinema como fonte para a escrita da História. Tanto filmes de ficção, narrativas que abordam o tempo presente, passado ou até mesmo futuro, caso da ficção científica, quanto os cinema-documental e experimental, todos podem ser analisados e investigados pela História. Os textos que compõem este livro foram escritos por historiadores que trabalham a interação entre estas duas formas de apreensão, compreensão, análise e leitura da sociedade, aproximando a imaginação histórica da cinematográfica.
 

Cinematógrafo. Um olhar sobre a história (Ed. da UNESP/ EDUFBA, 2009) organizado por Jorge Nóvoa, Soleni Biscouto Fressato e Kristian Feigelson traz para o público brasileiro diversos textos de autores franceses (Marc Ferro, Pierre Sorlin, Michèle Lagny, Sylvie Dallet e Sylvie Lindeperg, dentre outros), espanhóis (Angel Luis Hueso, Glória Camarero, Beatriz de las Heras e José Maria Caparros), norte-amerciano (Robert Rosenstone), mexicano (John Mraz), além dos brasileiros (Marcos Silva, Cristiane Nova, Sheila Schvarzman, José D'Assunção Barros e Antônio da Silva Câmara). O livro traz uma forma de abordagem específica para a história e para o cinema, enquanto memória, arte, documento e representação da história, quer nas suas manifestações ficcionais, ou sob a forma de documentários. Sua especificidade se encontra na originalidade desta abordagem que propõe também a inevitabilidade de uma abertura transdisciplinar que a relação cinema-história faz germinar.

 

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